quinta-feira, 16 de junho de 2016

Autonomiazinha …




Esta questão da banca que nos atinge pela segunda vez, a primeira com a Caixa e a segunda com o BCA, veio por a nu uma das graves fraquezas do regime autonómico que nos impingiram: o nenhum poder que o nosso Governo tem em relação a uma atividade vital para a nossa sobrevivência: a atividade bancária. Bem nos debatemos na altura contra a alienação do velho Banco Micaelense que não deixaram chamar de Banco dos Açores e que humilhantemente nos obrigaram a chamar de Banco Comercial dos Açores. 

Roubaram-no aos donos no 11 de março e depois venderam-no aos madeirenses, rebatizaram-no em banco do Funchal com a signa Banif cujo misterioso destino é tão misterioso como o nome dos mandantes do regicídio e dos assassinatos de Sidónio e de António Granjo. Tudo isto porque esta autonomia talhada pelos Mirandas e quejandos cujo centralismo doentio há-de ficar na história do ridículo político, não tem poderes para supervisionar a banca. Governo digno desse nome tem de ter poder em todas as áreas de interesse público no território que governa e na população que aí trabalha e vive. Não tem tido e os riscos são imensos a ponto de poderem por em causa a existência da própria Autonomia como forma de governo. É bom que os legisladores açorianos, cá e lá, pensem em propor e exigir que a Região Autónoma dos Açores tenha o poder de zelar para que o dinheiro do nosso trabalho (nos Açores, e nas Diásporas) não seja desviado para azimutes de difícil acompanhamento. Neste momento há quem já não confie na nossa banca e sabe-se lá onde estão a guardar o seu dinheiro que, fora da circulação fiduciária, apenas será útil para algum assaltante mais bem-sucedido. Governar é governar não é fingir. Já basta a impotência do governo de Lisboa em relação ao Banco de Portugal que dá vontade de rir. Rima e é verdade.

Carlos Melo Bento 

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